A
Importância da Comunicação Alternativa para as pessoas que não conseguem se
expressarem pela linguagem oral.
A comunicação alternativa é uma forma
que auxilia e ajudam os indivíduos com dificuldades de comunicação a interagir
com seus pares, expor seus desejos, suas vontades, dores, frustrações, a
realizar escolhas, dando oportunidade para que estas pessoas exponham as suas
ideias, seus pensamentos e de fazer a suas próprias escolhas.
Segundo Johnson a escolha de um
sistema de Comunicação Alternativa deve ter como base atender ás necessidades
do utilizador, verificando-se inicialmente se essa forma comunicativa deve ser
com ou sem ajuda. Pode-se optar por um só sistema ou pela utilização mista.
Os símbolos, imagens, recursos e
estratégias são usados de diferentes formas e modelos, podendo ser de baixa
quanto de alta tecnologia. Os de baixa tecnologia podem ser desde os gestos
manuais até as pranchas, painéis, carteiras entre outros que tenham a função de
comunicar ou solicitar algo para os seus pares, esta escolha ocorre através de
figuras, fotos, imagens, entre outros deve ter significado para a pessoa que
esta utilizando e para os seus pares, estes materiais são utilizados por alunos
com Transtorno do Especto do Autismo, Pessoas com dificuldades na comunicação e
para deficientes múltiplos que não conseguem se expressarem sem a ajuda de um
recurso que o auxilio na sua comunicação.
Termos também os recursos de alta
tecnologia que são compostos por um sistema de comunicação tecnológico. Podem
utilizar como base comunicadores com voz gravada ou sintetizada, ou ainda,
sistemas como o Bliss-Comp, PIC-Comp, PCS-Comp, ImagoAnaVox, além de software
para computadores, dispositivos móveis ou outros recursos tecnológicos.
Atividade:
Organização da rotina diária.
A atividade é destinada a alunos com deficiência múltipla e
autista de 6 a 10 anos ou em período escolar do fundamental.
Esta
atividade é realizada em sala de aula com o
auxilio da professora ou do auxiliar de educação.
A
atividade é feita com a seleção das fotos que irão
representar a rotina do aluno naquele dia após
esta seleção o aluno procura escritas correspondentes
a cada imagem.
A
rotina é organizada em sala de aula com a participação
do aluno em conjunto com os colegas
de sala, facilitando a sua interação com seus
pares e reconhecimento da sua rotina diária.
PECS.
As
crianças que usam PECS são treinadas a aproximar-se de uma imagem/foto de um
objeto desejado, ao seu interlocutor, para obter tal objeto. Ao realizar isto,
a criança inicia um ato comunicativo para obter um resultado concreto num
contexto social.
FASE
1: TROCA DA FIGURA
Objetivo:
Quando
vir um objeto altamente preferido, a criança tomará a imagem do objeto,
aproximar-se-á do terapeuta e deixará a imagem/ foto na mão do terapeuta;
Ao
realizar isto, a criança inicia um ato comunicativo para obter um resultado
concreto dentro de um contexto social.
Pontos-Chave
Não
existência de incentivos (estimulações) verbais
Responder sempre como se a criança tivesse falado
Responder sempre como se a criança tivesse falado
Organizar
oportunidades ao longo do dia para que a criança possa solicitar (pedir)
Procedimento:
A.
Intercâmbio Completamente Assistido
A criança deverá alcançar o objeto desejado e o terapeuta, fisicamente ajudar a apanhar a Imagem/ foto.
Uma vez que este apenas toque no terapeuta, a criança deverá ser imediatamente recompensada!
A criança deverá alcançar o objeto desejado e o terapeuta, fisicamente ajudar a apanhar a Imagem/ foto.
Uma vez que este apenas toque no terapeuta, a criança deverá ser imediatamente recompensada!
O
terapeuta responde, “Ah! Queres a bola/biscoito, etc.…?”.
Não
serão utilizadas estimulações diretas nesta etapa, por exemplo: “O que queres?”
“O que foi?”, “Dá-me a imagem/ foto”.
A
mão aberta do terapeuta é a pista para a criança.
B.
Reforço Gradual
Iniciar
evitando o elogio verbal para em seguida elogiar a criança quando entregar a
imagem/ foto.
Depois
de entregar à imagem/ foto, a criança é imediatamente reforçada;
Repetir
até que deixe a fotografia na mão do terapeuta, sem incentivo, de 8 a 10
sucessos.
C.
Reduzindo a pista da “mão aberta”.
Esperar,
progressivamente mais tempo antes de mostrar a mão aberta.
Problemáticas
Iniciais
Algumas
irão irritar-se, portanto garanta que o terapeuta esteja com o objeto desejado
na sua mão livre (não a mão usada para receber a imagem/ foto).
O
terapeuta deverá estar em frente à criança para manter contato ocular.
Reforçar de imediato (EXTREMAMENTE IMPORTANTE).
Reforçar de imediato (EXTREMAMENTE IMPORTANTE).
Enquanto
isso, fazer o intercâmbio apropriado, girando a fotografia diante da criança
quando lhe falar para manter a atenção e aumentar o reconhecimento desta
imagem/ foto.
FASE
2: AUMENTAR A ESPONTANEIDADE
Objetivos
A
criança irá ao quadro de comunicação, apanhará uma imagem/ foto, irá a um
adulto e a deixará na sua mão.
Postos-chaves
Novamente, nenhuma estimulação verbal.
Novamente, nenhuma estimulação verbal.
Treinar
com um grupo de imagens/ fotos, uma de cada vez.
Trabalhar
com várias pessoas (alternando).
Fazer
provas de treino estruturado, criando pelo menos 30 oportunidades para pedidos
espontâneos (Terapia Fala, Terapia Ocupacional, Descanso, Lanche, etc.)
Procedimento:
Uma
imagem/ foto de um objeto altamente preferido é fixada com velcro num quadro de
comunicação. Criança e terapeuta estão sentados tal e qual estavam na fase 1.
A. Permitir à criança
uma brincadeira de 10 a 15 segundos com o objeto desejado ou que coma parte da
bolacha. Pegar no objeto e mostrar o quadro de comunicação com a sua imagem/
foto. Se for solicitada, ajudá-lo fisicamente a pegar na fotografia do quadro
de comunicação.
B. Aumentar a distância
entre a criança e o terapeuta. A criança inicia o intercâmbio ao agarrar a
imagem/ foto e escolhe um adulto.
C. Gradualmente o
adulto aumenta a distância. Conforme o êxito da criança (4 a 5 sucessos), em
seguida os aumentos da distância devem ser maiores. Atenção às fotografias está
ainda perto da criança.
D. Aumentar a distância
entre a criança e a fotografia. Nós queremos que esta vá à imagem/ foto e em
seguida ao adulto.
FASE
3: DISCRIMINAÇÃO DE FIHURAS (IMAGENS/ FOTOS)
Objetivo:
A
criança solicitará os objetos desejados indo ao quadro de comunicação e
selecionando a imagem/ foto apropriada e voltando ao interlocutor para lhe dar.
Pontos
Chave
Nenhuma
estimulação verbal – Continuar com as atividades organizadas de forma
estruturada, durante pelo menos 20 oportunidades aleatórias. Variar a posição
das imagens/ fotos no quadro de comunicação até que a discriminação seja alcançada.
Procedimentos:
A
criança e o terapeuta estão sentados numa mesa, e contato visual direto. Ter
disponíveis várias imagens /fotos de objetos desejados ou contextualmente
apropriados, fotografias de objetos irrelevantes ou não preferidos e os objetos
correspondentes.
A. Iniciar com um
objeto altamente desejável e um não preferido. (Exemplo: Fotografia de um
brinquedo sensorial versus fotografia de uma meia)
Reforçar
com o objeto que a criança escolha. Elogiar verbalmente se esta escolher o
objeto desejado e não demonstrar qualquer reação se escolher o objeto não
desejado. Continuar até que 8 a 10 sucessos sejam alcançados apropriadamente.
B. Acrescentar imagens/
fotos e manipular o valor do reforço das “não preferidas”, para que a criança
aprenda a fazer escolhas entre fotografias que são igualmente desejadas.
*
Nesta etapa o terapeuta começar a reduzir o tamanho da imagem/ foto
Problemáticas
Iniciais
Enquanto ensina a discriminação de imagens, assegure-se de trocar a localização das imagens no quadro de aprendizagem para que não habitue a agarrar uma imagem /fotografia num lugar específico.
Enquanto ensina a discriminação de imagens, assegure-se de trocar a localização das imagens no quadro de aprendizagem para que não habitue a agarrar uma imagem /fotografia num lugar específico.
Assegurar-se
de que o quadro de imagens tenha a imagem/ foto de um objeto “não desejado” em
algum lugar entre as demais imagens. Se escolher uma imagem e em seguida reagir
negativamente ao objeto, você saberá que não está a discriminar adequadamente.
Se
a criança cometer um erro na sua escolha, não responda com um “NÃO” de maneira
alguma. Em vez disto, diga o que lhe disse, “Queres a meia?”. Em seguida dizer,
“Se quiseres um filme, precisas pedir”.
FASE
4: ESTRUTURA DE FRASES
Objetivo:
A
criança solicita objetos presentes e não presentes usando uma frase de várias
palavras observando o livro. Agarra uma fotografia/símbolo de “Eu quero” e
coloca-a numa tira de frases (tira de velcro). Depois, agarra uma imagem do que
deseja, coloca-a na tira de frase, e entrega ao seu interlocutor.
Procedimento:
O que deverá estar disponível: Quadro de comunicação tira de frases, “Eu quero”, imagens e objeto s/atividades de reforço. A. Fotografia da frase “Eu quero”
A fotografia “Eu quero” é fixada no canto superior esquerdo do quadro de comunicação. Quando a criança desejar um objeto/atividade oriente-a a colocar a imagem de “Eu quero”, coloque-a do lado esquerdo da tira de frase, coloque a imagem do objeto desejado junto a ela na tira de frase. A criança então se aproxima de seu interlocutor e entrega-lhe a tira de frase (velcro). Com o passar do tempo, elimine todas as pistas.
*** Considera-se atingido o objetivo desta etapa com 80% de êxito, com pelo menos 3 pessoas e sem ajuda.
B.
Movendo a imagem “Eu quero”
Mova a imagem “Eu quero” para o canto superior direito do quadro de comunicação. Quando a criança quiser um objeto/atividade oriente-o a tomar a imagem “Eu quero”, situando-a a esquerda da tira de frases e situe a imagem do objeto desejado próximo dela na tira de frases. A criança, em seguida, aproxima-se de seu interlocutor e entrega-lhe a tira. Com o passar do tempo, vá retirando as pistas.
*** Se considerar que alcançou os objetivos desta etapa com pelo menos 80% de êxito com pelo menos 3 interlocutores sem ajuda.
Mova a imagem “Eu quero” para o canto superior direito do quadro de comunicação. Quando a criança quiser um objeto/atividade oriente-o a tomar a imagem “Eu quero”, situando-a a esquerda da tira de frases e situe a imagem do objeto desejado próximo dela na tira de frases. A criança, em seguida, aproxima-se de seu interlocutor e entrega-lhe a tira. Com o passar do tempo, vá retirando as pistas.
*** Se considerar que alcançou os objetivos desta etapa com pelo menos 80% de êxito com pelo menos 3 interlocutores sem ajuda.
C.
Referências que não estão à vista
Criar oportunidades para que a criança solicite objetos/oportunidades que não estão à vista.
Criar oportunidades para que a criança solicite objetos/oportunidades que não estão à vista.
o
o
FASE
5: RESPONDER AO “QUE QUERES?”.
0
Objetivo:
A criança poderá de maneira espontânea solicitar uma variedade de objetos e pode responder a pergunta “O que queres?”.
A criança poderá de maneira espontânea solicitar uma variedade de objetos e pode responder a pergunta “O que queres?”.
Procedimento:
Tenha disponível quadro de comunicação com imagem “Eu quero”, a tira de velcro (tira de frase) e imagens/ fotos de objetos. Tenha vários objetos de reforço disponíveis, mas inacessíveis (ocultos).
A.
Atraso de zero segundos:
Com um objeto desejado presente, e a frase “Eu quero” no quadro de comunicação, o terapeuta simultaneamente aponta a frase “Eu quero” e pergunta, “O que queres?”, a criança deve pegar na imagem de “Eu quero” e completar o intercâmbio.
Com um objeto desejado presente, e a frase “Eu quero” no quadro de comunicação, o terapeuta simultaneamente aponta a frase “Eu quero” e pergunta, “O que queres?”, a criança deve pegar na imagem de “Eu quero” e completar o intercâmbio.
B.
Aumentar o intervalo de atraso:
Começar aumentando o tempo entre perguntar “O que queres?” e sinalizar a frase de “Eu quero”.
Começar aumentando o tempo entre perguntar “O que queres?” e sinalizar a frase de “Eu quero”.
C.
Não dar à criança nenhuma pista de sinalizar:
Uma vez que conseguiu dominar consistentemente a ordem “O que queres?”, então, de forma sistemática, misture para criar oportunidades de pedidos e respostas espontâneas.
Uma vez que conseguiu dominar consistentemente a ordem “O que queres?”, então, de forma sistemática, misture para criar oportunidades de pedidos e respostas espontâneas.
FASE
6: RESPOSTA E COMENTÁRIO ESPONTÂNEO
Objetivo:
A
criança responde apropriadamente a “O que queres?”, “O que estás a ver?”, “O
que tens?” e a outras perguntas semelhantes quando estas são feitas de maneira
aleatória.
Procedimento:
Tenha
disponível o quadro de comunicação com as imagens de “Eu quero”, “Eu vejo”, e a
de “Eu tenho”. Também tenha disponível várias imagens de objetos menos
preferidos dos que a criança já tenha aprendido a imagem.
A
– “O que vês”?
B
– “O que vês?” versus “O que queres?”.
C
– “Ver”, versus “Querer” versus “Ter”.
Tarefas com Sistemas
Alternativos de Comunicação.
É muito importante que a criança sinta que é compreendida.
A
dificuldade e/ou incapacidade de comunicação no Autismo leva por vezes a
comportamentos inapropriados, como o bater com a cabeça, o gritar, etc. Se
conseguirmos ultrapassar esta dificuldade de comunicação esses comportamentos
diminuem e/ou desaparecem.
Qualquer
que seja o método escolhido, o objetivo terá de ser o possibilitar a criança
conquistar independência, encorajar a iniciativa, estabelecer uma comunicação
espontânea, conseguir expressar as suas vontades, necessidades, pensamentos,
sentimentos em situações diferentes e com pessoas distintas.
Existem
vários Sistemas Alternativos de Comunicação que funcionam como complemento e
facilitador da verbalização para todas as pessoas que têm dificuldade de
comunicação. Exemplo:
·
Gestos
·
Comunicação
com objetos e fotos
·
Fotos
de símbolos com palavras
A
seguir apresentamos alguns exemplos:
·
Tarefas Matinais
o
·
Café da Manhã (para a criança
poder escolher o seu pequeno almoço)

·
Aqui
deixamos um Link muito interessante que vos pode ajudar com imagens com boa
qualidade que podem ser usadas para atividades de comunicação com o seu filho
ou aluno:
Livros
com SPC
Gostava
de poder ler uma história com o seu filho, mas às vezes sente dificuldade em
fazer?
Atualmente
existem livros de histórias que são adaptados com símbolos pictográficos de
comunicação para pessoas que têm problemas de linguagem e comunicação.
A
leitura apoia-se, para além do texto e da ilustração, num sistema gráfico de
comunicação utilizado internacionalmente – SPC – Símbolos Pictográficos de
Comunicação (Mayer-Johnson). Este sistema baseia-se em imagens (pictogramas)
muito simples, acompanhadas da palavra escrita, referente ao seu significado.
A nossa dica: enquanto lê a história aponte ou
ajude a criança apontar para cada símbolo.
Referências:
· BEZ, M. R Comunicação Alternativa e TEA. In: Curso de Atendimento Educacional
Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014
Suédia muito interessante essa sequencia do uso das imagens, bem didático.
ResponderExcluirMuito importante a sequência do uso das imagens como forma de comunicar ao aluno sua rotina e as atividades propostas.
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