segunda-feira, 9 de junho de 2014

Comunicação Alternativa


A Importância da Comunicação Alternativa para as pessoas que não conseguem se expressarem pela linguagem oral.

A comunicação alternativa é uma forma que auxilia e ajudam os indivíduos com dificuldades de comunicação a interagir com seus pares, expor seus desejos, suas vontades, dores, frustrações, a realizar escolhas, dando oportunidade para que estas pessoas exponham as suas ideias, seus pensamentos e de fazer a suas próprias escolhas.
Segundo Johnson a escolha de um sistema de Comunicação Alternativa deve ter como base atender ás necessidades do utilizador, verificando-se inicialmente se essa forma comunicativa deve ser com ou sem ajuda. Pode-se optar por um só sistema ou pela utilização mista.
Os símbolos, imagens, recursos e estratégias são usados de diferentes formas e modelos, podendo ser de baixa quanto de alta tecnologia. Os de baixa tecnologia podem ser desde os gestos manuais até as pranchas, painéis, carteiras entre outros que tenham a função de comunicar ou solicitar algo para os seus pares, esta escolha ocorre através de figuras, fotos, imagens, entre outros deve ter significado para a pessoa que esta utilizando e para os seus pares, estes materiais são utilizados por alunos com Transtorno do Especto do Autismo, Pessoas com dificuldades na comunicação e para deficientes múltiplos que não conseguem se expressarem sem a ajuda de um recurso que o auxilio na sua comunicação.

Termos também os recursos de alta tecnologia que são compostos por um sistema de comunicação tecnológico. Podem utilizar como base comunicadores com voz gravada ou sintetizada, ou ainda, sistemas como o Bliss-Comp, PIC-Comp, PCS-Comp, ImagoAnaVox, além de software para computadores, dispositivos móveis ou outros recursos tecnológicos.


Atividade: Organização da rotina diária.                                 
A atividade é destinada a alunos com deficiência múltipla e autista de 6 a 10 anos ou em período escolar do fundamental.
Esta atividade é realizada em sala de aula com o auxilio da professora ou do auxiliar de educação.
A atividade é feita com a seleção das fotos que irão representar a rotina do aluno naquele dia após esta seleção o aluno procura escritas correspondentes a cada imagem.
A rotina é organizada em sala de aula com a participação do aluno em conjunto com os colegas de sala, facilitando a sua interação com seus pares e reconhecimento da sua rotina diária.










PECS.

As crianças que usam PECS são treinadas a aproximar-se de uma imagem/foto de um objeto desejado, ao seu interlocutor, para obter tal objeto. Ao realizar isto, a criança inicia um ato comunicativo para obter um resultado concreto num contexto social.




FASE 1: TROCA DA FIGURA

Objetivo:
Quando vir um objeto altamente preferido, a criança tomará a imagem do objeto, aproximar-se-á do terapeuta e deixará a imagem/ foto na mão do terapeuta;
Ao realizar isto, a criança inicia um ato comunicativo para obter um resultado concreto dentro de um contexto social.

Pontos-Chave

Não existência de incentivos (estimulações) verbais
Responder sempre como se a criança tivesse falado
Organizar oportunidades ao longo do dia para que a criança possa solicitar (pedir)

Procedimento:
A. Intercâmbio Completamente Assistido
A criança deverá alcançar o objeto desejado e o terapeuta, fisicamente ajudar a apanhar a Imagem/ foto.
Uma vez que este apenas toque no terapeuta, a criança deverá ser imediatamente recompensada!
O terapeuta responde, “Ah! Queres a bola/biscoito, etc.…?”.
Não serão utilizadas estimulações diretas nesta etapa, por exemplo: “O que queres?” “O que foi?”, “Dá-me a imagem/ foto”.
A mão aberta do terapeuta é a pista para a criança.
B. Reforço Gradual
Iniciar evitando o elogio verbal para em seguida elogiar a criança quando entregar a imagem/ foto.
Depois de entregar à imagem/ foto, a criança é imediatamente reforçada;
Repetir até que deixe a fotografia na mão do terapeuta, sem incentivo, de 8 a 10 sucessos.
C. Reduzindo a pista da “mão aberta”.
Esperar, progressivamente mais tempo antes de mostrar a mão aberta.

Problemáticas Iniciais
Algumas irão irritar-se, portanto garanta que o terapeuta esteja com o objeto desejado na sua mão livre (não a mão usada para receber a imagem/ foto).
O terapeuta deverá estar em frente à criança para manter contato ocular.
Reforçar de imediato (EXTREMAMENTE IMPORTANTE).
Enquanto isso, fazer o intercâmbio apropriado, girando a fotografia diante da criança quando lhe falar para manter a atenção e aumentar o reconhecimento desta imagem/ foto.

FASE 2: AUMENTAR A ESPONTANEIDADE

Objetivos
A criança irá ao quadro de comunicação, apanhará uma imagem/ foto, irá a um adulto e a deixará na sua mão.

Postos-chaves
Novamente, nenhuma estimulação verbal.
Treinar com um grupo de imagens/ fotos, uma de cada vez.
Trabalhar com várias pessoas (alternando).
Fazer provas de treino estruturado, criando pelo menos 30 oportunidades para pedidos espontâneos (Terapia Fala, Terapia Ocupacional, Descanso, Lanche, etc.)

Procedimento:
Uma imagem/ foto de um objeto altamente preferido é fixada com velcro num quadro de comunicação. Criança e terapeuta estão sentados tal e qual estavam na fase 1.
A. Permitir à criança uma brincadeira de 10 a 15 segundos com o objeto desejado ou que coma parte da bolacha. Pegar no objeto e mostrar o quadro de comunicação com a sua imagem/ foto. Se for solicitada, ajudá-lo fisicamente a pegar na fotografia do quadro de comunicação.
B. Aumentar a distância entre a criança e o terapeuta. A criança inicia o intercâmbio ao agarrar a imagem/ foto e escolhe um adulto.
C. Gradualmente o adulto aumenta a distância. Conforme o êxito da criança (4 a 5 sucessos), em seguida os aumentos da distância devem ser maiores. Atenção às fotografias está ainda perto da criança.
D. Aumentar a distância entre a criança e a fotografia. Nós queremos que esta vá à imagem/ foto e em seguida ao adulto.

FASE 3: DISCRIMINAÇÃO DE FIHURAS (IMAGENS/ FOTOS)

Objetivo:
A criança solicitará os objetos desejados indo ao quadro de comunicação e selecionando a imagem/ foto apropriada e voltando ao interlocutor para lhe dar.

Pontos Chave
Nenhuma estimulação verbal – Continuar com as atividades organizadas de forma estruturada, durante pelo menos 20 oportunidades aleatórias. Variar a posição das imagens/ fotos no quadro de comunicação até que a discriminação seja alcançada.

Procedimentos:
A criança e o terapeuta estão sentados numa mesa, e contato visual direto. Ter disponíveis várias imagens /fotos de objetos desejados ou contextualmente apropriados, fotografias de objetos irrelevantes ou não preferidos e os objetos correspondentes.
A. Iniciar com um objeto altamente desejável e um não preferido. (Exemplo: Fotografia de um brinquedo sensorial versus fotografia de uma meia)
Reforçar com o objeto que a criança escolha. Elogiar verbalmente se esta escolher o objeto desejado e não demonstrar qualquer reação se escolher o objeto não desejado. Continuar até que 8 a 10 sucessos sejam alcançados apropriadamente.
B. Acrescentar imagens/ fotos e manipular o valor do reforço das “não preferidas”, para que a criança aprenda a fazer escolhas entre fotografias que são igualmente desejadas.
* Nesta etapa o terapeuta começar a reduzir o tamanho da imagem/ foto

Problemáticas Iniciais
Enquanto ensina a discriminação de imagens, assegure-se de trocar a localização das imagens no quadro de aprendizagem para que não habitue a agarrar uma imagem /fotografia num lugar específico.
Assegurar-se de que o quadro de imagens tenha a imagem/ foto de um objeto “não desejado” em algum lugar entre as demais imagens. Se escolher uma imagem e em seguida reagir negativamente ao objeto, você saberá que não está a discriminar adequadamente.
Se a criança cometer um erro na sua escolha, não responda com um “NÃO” de maneira alguma. Em vez disto, diga o que lhe disse, “Queres a meia?”. Em seguida dizer, “Se quiseres um filme, precisas pedir”.

FASE 4: ESTRUTURA DE FRASES

Objetivo:
A criança solicita objetos presentes e não presentes usando uma frase de várias palavras observando o livro. Agarra uma fotografia/símbolo de “Eu quero” e coloca-a numa tira de frases (tira de velcro). Depois, agarra uma imagem do que deseja, coloca-a na tira de frase, e entrega ao seu interlocutor.

Procedimento:
O que deverá estar disponível: Quadro de comunicação tira de frases, “Eu quero”, imagens e objeto s/atividades de reforço. A. Fotografia da frase “Eu quero”
A fotografia “Eu quero” é fixada no canto superior esquerdo do quadro de comunicação. Quando a criança desejar um objeto/atividade oriente-a a colocar a imagem de “Eu quero”, coloque-a do lado esquerdo da tira de frase, coloque a imagem do objeto desejado junto a ela na tira de frase. A criança então se aproxima de seu interlocutor e entrega-lhe a tira de frase (velcro). Com o passar do tempo, elimine todas as pistas.
*** Considera-se atingido o objetivo desta etapa com 80% de êxito, com pelo menos 3 pessoas e sem ajuda.
B. Movendo a imagem “Eu quero”
Mova a imagem “Eu quero” para o canto superior direito do quadro de comunicação. Quando a criança quiser um objeto/atividade oriente-o a tomar a imagem “Eu quero”, situando-a a esquerda da tira de frases e situe a imagem do objeto desejado próximo dela na tira de frases. A criança, em seguida, aproxima-se de seu interlocutor e entrega-lhe a tira. Com o passar do tempo, vá retirando as pistas.
*** Se considerar que alcançou os objetivos desta etapa com pelo menos 80% de êxito com pelo menos 3 interlocutores sem ajuda.
C. Referências que não estão à vista
Criar oportunidades para que a criança solicite objetos/oportunidades que não estão à vista.
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FASE 5: RESPONDER AO “QUE QUERES?”.
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Objetivo:
A criança poderá de maneira espontânea solicitar uma variedade de objetos e pode responder a pergunta “O que queres?”.

Procedimento:
Tenha disponível quadro de comunicação com imagem “Eu quero”, a tira de velcro (tira de frase) e imagens/ fotos de objetos. Tenha vários objetos de reforço disponíveis, mas inacessíveis (ocultos).
A. Atraso de zero segundos:
Com um objeto desejado presente, e a frase “Eu quero” no quadro de comunicação, o terapeuta simultaneamente aponta a frase “Eu quero” e pergunta, “O que queres?”, a criança deve pegar na imagem de “Eu quero” e completar o intercâmbio.
B. Aumentar o intervalo de atraso:
Começar aumentando o tempo entre perguntar “O que queres?” e sinalizar a frase de “Eu quero”.
C. Não dar à criança nenhuma pista de sinalizar:
Uma vez que conseguiu dominar consistentemente a ordem “O que queres?”, então, de forma sistemática, misture para criar oportunidades de pedidos e respostas espontâneas.

FASE 6: RESPOSTA E COMENTÁRIO ESPONTÂNEO

Objetivo:
A criança responde apropriadamente a “O que queres?”, “O que estás a ver?”, “O que tens?” e a outras perguntas semelhantes quando estas são feitas de maneira aleatória.

Procedimento:
Tenha disponível o quadro de comunicação com as imagens de “Eu quero”, “Eu vejo”, e a de “Eu tenho”. Também tenha disponível várias imagens de objetos menos preferidos dos que a criança já tenha aprendido a imagem.
A – “O que vês”?
B – “O que vês?” versus “O que queres?”.
C – “Ver”, versus “Querer” versus “Ter”.

Tarefas com Sistemas Alternativos de Comunicação.

É muito importante que a criança sinta que é compreendida.
A dificuldade e/ou incapacidade de comunicação no Autismo leva por vezes a comportamentos inapropriados, como o bater com a cabeça, o gritar, etc. Se conseguirmos ultrapassar esta dificuldade de comunicação esses comportamentos diminuem e/ou desaparecem.
Qualquer que seja o método escolhido, o objetivo terá de ser o possibilitar a criança conquistar independência, encorajar a iniciativa, estabelecer uma comunicação espontânea, conseguir expressar as suas vontades, necessidades, pensamentos, sentimentos em situações diferentes e com pessoas distintas.
Existem vários Sistemas Alternativos de Comunicação que funcionam como complemento e facilitador da verbalização para todas as pessoas que têm dificuldade de comunicação. Exemplo:
·      Gestos
·      Comunicação com objetos e fotos
·      Fotos de símbolos com palavras
A seguir apresentamos alguns exemplos:

·      Tarefas Matinais
  

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·      Café da Manhã (para a criança poder escolher o seu pequeno almoço)
  


·      Aqui deixamos um Link muito interessante que vos pode ajudar com imagens com boa qualidade que podem ser usadas para atividades de comunicação com o seu filho ou aluno:

Livros com SPC

Gostava de poder ler uma história com o seu filho, mas às vezes sente dificuldade em fazer?
Atualmente existem livros de histórias que são adaptados com símbolos pictográficos de comunicação para pessoas que têm problemas de linguagem e comunicação.
A leitura apoia-se, para além do texto e da ilustração, num sistema gráfico de comunicação utilizado internacionalmente – SPC – Símbolos Pictográficos de Comunicação (Mayer-Johnson). Este sistema baseia-se em imagens (pictogramas) muito simples, acompanhadas da palavra escrita, referente ao seu significado.
A nossa dica: enquanto lê a história aponte ou ajude a criança apontar para cada símbolo.







Referências:
·  BEZ, M. R Comunicação Alternativa e TEA. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014





2 comentários:

  1. Suédia muito interessante essa sequencia do uso das imagens, bem didático.

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  2. Muito importante a sequência do uso das imagens como forma de comunicar ao aluno sua rotina e as atividades propostas.

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